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Câncer de esôfago: o que favorece o problema

O câncer de esôfago é uma condição em que células cancerígenas se desenvolvem no esôfago, um tubo muscular que conecta a garganta ao estômago, essencial para o transporte de alimentos. Embora esse tipo de câncer seja mais comum em homens, ele está frequentemente relacionado a fatores como o uso de tabaco, consumo excessivo de álcool e obesidade. Neste artigo, exploraremos o que é o câncer de esôfago, seus fatores de risco, sintomas e as opções de tratamento disponíveis.

O Que é Câncer de Esôfago?

O câncer de esôfago ocorre quando há crescimento anormal de células nas camadas internas do esôfago, que é responsável por transportar alimentos da boca ao estômago. O esôfago possui uma válvula na junção com o estômago, chamada de esfíncter esofágico inferior, que impede que o conteúdo estomacal retorne. No entanto, quando o câncer afeta essa região, essa função pode ser prejudicada, resultando em refluxo (o retorno do conteúdo do estômago ao esôfago).

O refluxo contínuo expõe o esôfago ao ácido estomacal, causando inflamação e irritação, o que, ao longo do tempo, pode aumentar o risco de desenvolver câncer.

Fatores de Risco para o Câncer de Esôfago

Diversos fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de esôfago. Entre os mais significativos estão:

1. Obesidade

A obesidade está diretamente relacionada ao câncer de esôfago, uma vez que pode causar refluxo gastroesofágico. O refluxo frequente, além de inflamar o esôfago, pode causar danos à válvula que separa o estômago do esôfago, aumentando o risco de câncer.

2. Tabaco e Álcool

O consumo excessivo de tabaco e álcool são fatores bem estabelecidos no desenvolvimento de cânceres, incluindo o de esôfago. Essas substâncias podem causar irritação crônica no tecido esofágico, o que aumenta as chances de mutações celulares.

3. Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)

A Doença do Refluxo Gastroesofágico é uma condição em que o ácido do estômago volta repetidamente ao esôfago, causando queimação e inflamação. A longo prazo, essa irritação crônica pode levar ao desenvolvimento de câncer.

Quais são os Sintomas do Câncer de Esôfago?

Nos estágios iniciais, o câncer de esôfago pode ser assintomático, o que dificulta a detecção precoce. No entanto, à medida que a doença progride, os sintomas mais comuns incluem:

  • Refluxo gastroesofágico: Sensação de queimação que ocorre devido ao retorno do conteúdo ácido do estômago ao esôfago.
  • Queimação e azia: Sensação de ardor no peito, muitas vezes confundida com problemas cardíacos.
  • Dificuldade para engolir (disfagia): Com o crescimento do tumor, o esôfago pode ficar obstruído, dificultando a passagem de alimentos.
  • Náuseas e vômitos: O bloqueio no esôfago pode causar esses sintomas, além de desconforto digestivo.
  • Perda de apetite e consequente perda de peso não intencional.

A Importância da Detecção Precoce

A detecção precoce é crucial no tratamento do câncer de esôfago, pois aumenta significativamente as chances de cura. Quando o câncer está localizado apenas no esôfago, sem ter se espalhado para outras partes do corpo, a probabilidade de sucesso no tratamento é muito maior.

Segundo especialistas como Artur Malzyner, a taxa de cura é de cerca de 50% quando o câncer está restrito ao esôfago. No entanto, se a doença se espalha para outros órgãos ou gânglios linfáticos, a chance de cura diminui drasticamente, o que pode tornar o tratamento menos eficaz e a doença potencialmente fatal.

A detecção do câncer de esôfago geralmente é feita por meio de uma endoscopia digestiva, que permite a visualização do esôfago e a coleta de amostras para biópsia, confirmando a presença de células cancerígenas. Muitos casos de câncer de esôfago são descobertos durante exames de rotina, como aconteceu com personalidades públicas, como Mamma Bruschetta.

Tratamento para o Câncer de Esôfago

O câncer de esôfago é uma doença grave que pode se espalhar rapidamente para outros órgãos (metástase), tornando o tratamento mais complexo. A escolha do tratamento depende do estágio da doença e da localização do tumor no esôfago.

1. Mucosectomia Endoscópica

Nos casos em que o câncer é detectado precocemente e está localizado apenas nas camadas superficiais do esôfago, a mucosectomia endoscópica pode ser realizada. Esse procedimento consiste na remoção da mucosa afetada, raspando o tecido canceroso. Em alguns casos, essa técnica pode eliminar o câncer completamente.

No entanto, é importante destacar que esse procedimento só é eficaz em casos de câncer muito precoce, o que é relativamente raro, já que muitos casos são diagnosticados em estágios mais avançados.

2. Cirurgia

Quando o tumor é mais agressivo ou está localizado em áreas mais profundas do esôfago, a cirurgia se torna necessária. O procedimento envolve a remoção da parte do esôfago afetada pelo câncer e, em seguida, a junção das partes remanescentes do esôfago ao estômago, ou o reposicionamento do estômago para cima.

Essa técnica permite manter a funcionalidade do trato digestivo. Em casos em que o tumor está próximo ao estômago, a cirurgia pode ser menos invasiva, já que as estruturas são mais facilmente reconectadas.

3. Radioterapia e Quimioterapia

Quando o tumor está em uma posição mais alta no esôfago ou não pode ser completamente removido por cirurgia, a radioterapia pode ser indicada. Embora tenha uma taxa de cura menor que a cirurgia, a radioterapia pode ajudar a reduzir o tumor e aliviar os sintomas, sem a necessidade de procedimentos altamente invasivos.

Além disso, a quimioterapia é muitas vezes utilizada em conjunto com outros tratamentos, especialmente após a cirurgia, para diminuir a possibilidade de recorrência do câncer. Esse tratamento também é utilizado para controlar o crescimento do tumor em casos mais avançados.

Prognóstico e Considerações Finais

O câncer de esôfago é uma doença que exige atenção rápida e tratamento agressivo, principalmente devido à sua tendência a se espalhar rapidamente. O diagnóstico precoce é o maior aliado na luta contra essa doença, aumentando as chances de cura e oferecendo melhores perspectivas de tratamento.

Por isso, é fundamental que pessoas com fatores de risco, como obesidade, uso excessivo de tabaco e álcool, ou que sofram de refluxo gastroesofágico, fiquem atentas aos sinais e realizem exames preventivos regulares, como a endoscopia digestiva. Essa é uma forma eficaz de detectar o câncer em seus estágios iniciais, permitindo intervenções mais rápidas e eficazes.

Se você apresenta algum dos sintomas mencionados ou possui fatores de risco, consulte um médico e realize os exames necessários para garantir sua saúde e bem-estar.

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